Educadores de Santana do Mundaú vão debater a identidade e o direito dos quilombolas à educação
Diego Barros
Os professores das redes estadual e municipal de ensino de Santana do Mundaú, na zona da mata alagoana, vão debater a identidade e o direito dos remanescentes de quilombos à educação, num encontro que será realizado no município nesta terça-feira (23).
Em Santana do Mundaú existem três comunidades remanescentes de quilombos, mas apenas uma delas, a Filús, já obteve a certificação oficial da Fundação Cultural Palmares. As outras duas, que são Jussarinha e Mariana, ainda aguardam esse reconhecimento. Das três, apenas Filús ainda não tem uma escola na sede da comunidade.
O I Encontro Municipal de Identidade Quilombola e seus Direitos na Escola vai reunir cerca de 70 professores e contará com a presença da representante do Projeto Raízes de África, Arísia Barros, e do artesão José Edson, liderança da comunidade quilombola Muquém, de União dos Palmares.
Segundo Arísia Barros, durante o encontro será discutida uma prática pedagógica que reconheça a historicidade e as especificidades do povo quilombola. “É preciso estabelecer políticas públicas que contemplem uma educação diferenciada para as comunidades remanescentes de quilombos”, destaca Arísia. Para o vereador por Santana do Mundaú Ivan Soares, que apóia o evento, compete às autoridades públicas a responsabilidade de desenvolver ações e ajudar essas comunidades a melhorar de vida.
Durante o encontro haverá a exposição fotográfica “Comunidades Negras Quilombolas de Alagoas”, da fotógrafa Sandreana Melo, que mostra o cotidiano de mais de 24 comunidades quilombolas ainda não certificadas. O evento é realizado pelos próprios moradores das comunidades locais, por meio do Instituto Irmãos Quilombolas, e tem o apoio do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), do deputado estadual Fernando Toledo e do vereador por Santana do Mundaú Ivan Ferreira.